O que o segundo desastre socioambiental em menos de 4 anos diz sobre o Brasil?

Menos de 4 anos depois da tragédia de Mariana, a lama voltou a percorrer o estado de Minas Gerais, invadindo tudo o que encontrou pela frente em Brumadinho.

Menos de 4 anos depois da tragédia de Mariana, a lama voltou a percorrer o estado de Minas Gerais, invadindo tudo o que encontrou pela frente em Brumadinho.

O número de mortos na tragédia já chega a 110. Mais de 230 ainda permanecem desaparecidas.

É para tentar entender o que já aprendemos (ou deixamos de aprender) com esses desastres que escolhemos como a #CausaDaSemana a #ConservaçãoDoMeioAmbiente.

A falta de fiscalização e a displicência podem explicar um pouco da tragédia. Com mais de 24 mil barragens, em 2017 o Brasil vistoriou apenas 3% do total. Quase 800 delas são para conter rejeitos da mineração, como a que cedeu em Brumadinho.

Em decorrência da tragéfia,  funcionários responsáveis por atestar o funcionamento da barragem foram presos.

As imagens de antes e depois ajudam a entender a dimensão do dano.

Este casal de idosos descreve o terror de fugir da lama. Eles tiveram a casa soterrada pela avalanche de dejetos.

Está prevista a chegada de um novo grupo de profissionais à região. Enquanto isso, voluntários se revezam para lavar os uniformes cheios de lama.

Depois do ocorrido, a Vale afirma que já havia um plano de emergência, mas nenhum dos moradores ouviu um sinal de aviso.

Para o Presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a sirene de alerta não tocou porque o sistema também foi atingido pela lama. Enquanto isso, o governo federal estuda afastá-lo do cargo.

A tragédia de Brumadinho ganhou repercussão internacional. A rainha da Inglaterra lamentou, a ONU se pronunciou e, nos Estados Unidos, 4 escritórios de advocacia preparam ações contra a empresa devido às perdas causadas aos investidores.

Mas os estragos foram além da questão financeira e das vidas perdidas – o que, por si só, já é irreparável. Os danos ainda não foram totalmente contabilizados, mas já se sabe que houve perda de 125 hectares de florestas.

Para Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, o desastre é inaceitável. “A gente sequer conseguiu remediar os danos de Mariana. Não existe compensação para a perda de entes queridos”.

A ex-senadora Marina Silva afirmou que o ocorrido não se trata de um desastre ambiental, mas de um crime. Para a deputada Janaina Paschoal “estamos diante de homicídios”.

Da tragédia de Mariana, também ficaram problemas muito menos aparentes a olho nu. Depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, estão entre as consequências de quem viveu o momento da passagem da lama.

O Rio? É doce, a Vale? Amarga”. Os versos de Drummond não poderiam ser mais atuais, mesmo depois de mais de 60 anos. E, no entanto, parece que aprendemos muito pouco. A pergunta que paira no é: até quando?


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