Direitos das mulheres ainda enfrentam obstáculos

Apesar do registro de debates a respeito do assédio e violência contra a mulher ter quadruplicado na internet, quem menos fala é a vítima.

Nesta semana, vários acontecimentos jogaram luz em assuntos relacionados aos direitos das mulheres.

Entre eles estão  a denúncia de abusos sexuais do médium João de Deus – cuja prisão foi decretada nesta sexta-feira (14) pela Justiça – e as declarações da futura Ministra das Mulheres e Direitos Humanos, para quem as notícias sobre o número de mortes decorrentes de abortos são falsas.

Também nessa sexta-feira, lembramos os 9 meses do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco – notória defensora dos direitos de grupos minorizados –, e de seu motorista, Anderson Gomes.

Por causa disso, a #CausaDaSemana é o apoio às lutas feministas.

De acordo com o projeto Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha (IMP), a cada 7 segundos uma mulher sofre agressão física no Brasil.

O número de estupros também cresceu. Em 2017 foram mais de 60 mil, média de 164 por dia, ou seja, um a cada dez minutos.

Apesar do registro de debates a respeito do assédio e violência contra a mulher ter quadruplicado na internet, quem menos fala é a vítima.

Outro desafio recorrente é o da presença no mercado de trabalho. Seja pela disparidade nos salários ou baixa presença feminina em algumas áreas.

Para tentar reverter este quadro, existem iniciativas como a PrograMaria e o projeto Anitas, que incentiva mulheres a entrarem no mercado de tecnologia.

Na semana passada foi lançado um documentário sobre as mulheres na diplomacia brasileira. A produção independente, traz diversos depoimentos sobre a dificuldades de  avançar na carreira.


Porém, não é apenas no Brasil que alguns direitos básicos, como respeito e oportunidades, enfrentam obstáculos.

104 economias ainda possuem leis que proíbem mulheres de trabalharem em determinadas áreas ou cursarem uma graduação por não serem de “natureza feminina”.

Mas nem todas as notícias são ruins. Livros como Histórias de Ninar Para Garotas Rebeldes são sucesso de público. A publicação, que conta 100 fábulas de mulheres inspiradoras, já virou até  podcast.

https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/487804500&color=335896

O documentário What Happened Miss Simone é outro exemplo. Ele conta a história de Nina Simone, cantora e ativista e foi nominado ao Oscar e diversas outras premiações.

As mulheres têm ganho cada vez mais espaço e estão querendo mudança, isso é inegável. Mas, como mostram os números, a condição feminina ainda possui muitos obstáculos a ser vencidos no caminho pela igualdade. Essa não é uma causa de mulheres ou de homens. É de qualquer ser humano.


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