Crise na Venezuela: estamos construindo um caminho solidário?
. É urgente começar a olhar para os efeitos para os quais os países – e suas sociedades – ainda não estão preparados.
A explosão de violência no último fim de semana na fronteira entre Roraima e Venezuela deixou claro que não estamos dando uma resposta satisfatória à crise migratória que é resultado do caos social no país vizinho.
Por isso, elegemos a SOLIDARIEDADE ENTRE NAÇÕES como a Causa da Semana.
No sábado (18), a população de Pacaraima (RR) expulsou os imigrantes do país. Houve episódios de violência.
Na segunda-feira (20), o governo do estado solicitou ao Supremo Tribunal Federal o fechamento temporário da fronteira sob o argumento de que seus serviços de saúde e segurança estão em colapso.
Na quinta-feira, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados e a Organização Internacional de Migrações pediram um maior apoio por parte da comunidade internacional em relação a essa crise.
De acordo com as entidades, a situação reforça a necessidade urgente de aumentar o engajamento internacional e solidariedade em apoio aos planos de governos.
Entre janeiro de 2014 e junho de 2018, aproximadamente 2,3 milhões de venezuelanos já abandonaram o país.
Já abordamos por aqui os reflexos sociais da crise do nosso país vizinho, a forma como temos lidado com ela e a importância de políticas de inclusão social e econômica de migrantes e refugiados.
A crise — e o fato de haver, no mundo, cerca de 68,5 milhões pessoas refugiadas — deixa claro que, mais do que avaliar aquilo que precisamos mudar nas nossas políticas de recepção dessas populações, é urgente que haja um acolhimento global em relação a essa causa.
Orgulhamo-nos dos efeitos da globalização do diminuir distâncias e diluir fronteiras. É urgente começar a olhar para os efeitos para os quais os países – e suas sociedades – ainda não estão preparados.