Aqui estão os motivos pelos quais ainda não superamos a desigualdade

O mal desempenho do país no Índice de Gini, segundo especialistas, possui duas razões principais: dificuldade do trabalhador em aumentar sua renda e os reajustes do salário mínimo.


A desigualdade no país é a maior em sete anos. A notícia veio nesta semana, com a nova pesquisa do Índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda em vários países. Há quem diga até que a taxa de desigualdade é o dobro da oficial.

Mas antes mesmo disso, a redução de programas sociais e a miséria davam sinais de que a comida já havia começado a faltar na mesa de muitas famílias.

Para jogar luz sobre o problema e tentar entender porque até agora o Brasil não encontrou uma solução, a #CausaDaSemana é pela #ReduçãoDaDesigualdade

O mal desempenho do país no Índice de Gini, segundo especialistas, possui duas razões principais: dificuldade do trabalhador em aumentar sua renda e os reajustes do salário mínimo.

Mas se a culpa por parte da desigualdade está mesmo na situação do mercado de trabalho, as notícias não são boas. O desemprego subiu nesta semana e agora atinge 12,7 milhões de pessoas. É o maior número desde agosto do ano passado.

A pior consequência disso vem agora: a falta de oportunidade de conseguir um trabalho digno, aliada a falta de informação, abre brechas para uma série de violações de direitos humanos.

Nesta semana, 6 trabalhadores foram resgatados em situação análoga de escravidão no sul de Roraima. Em 2018, 1,1 mil pessoas foram retiradas desse tipo de atividade.

Mas a situação não está fácil nem para quem tem direito aos benefícios sociais. O governo já prometeu reajuste no Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma das principais formas de amparo social para deficientes e idosos que vivem à margem da sociedade.

Para os senadores que estão insatisfeitos com a proposta a conta é simples: o dinheiro poupado com as mudanças não vai valer a pena frente ao impacto negativo na vida das pessoas que precisam do benefício.

Uma entrevista com Rafael Ozório, especialista em desigualdade, dá pistas sobre os motivos pelos quais o problema ainda persiste no Brasil. Em um país com pouca meritocracia, falta vontade política para enfrentar a pobreza e acabar com as medidas que reproduzem privilégios.

Já há quem faça previsão se continuarmos nesse ritmo: a diferença salarial entre homens e mulheres só deve chegar em 2047 e os negros devem levar cerca de 70 anos para ter os mesmos salários que os brancos.

Mas calma lá, a desigualdade tem cura. A Oxfam, organização que atua no combate à injustiça social, propôs três diretrizes para transformar essa realidade.

A desigualdade social no Brasil não é nenhuma novidade, mas o que espanta é a comodidade do país, que se deu o luxo da estagnação em um de seus problemas mais sérios.

O atraso e o subdesenvolvimento do Brasil exigem que as políticas públicas queiram ir além de uma simples distribuição de renda e estejam dispostas a resolver várias outras adversidades, que se somam quase como um efeito colateral.

Precisamos ser o país que luta contra o problema hoje, para que um dia, os frutos de um país desenvolvido e mais igualitário, possam começar a florescer do lado de cá.


Compartilhe:

Linkedin Facebook Whatsapp