Para os brasileiros, INDIGNAÇÃO é a #PalavraDoAno de 2016

Pela primeira vez o Brasil escolhe o termo que melhor sintetiza o espírito da época.

Como você definiria 2016? Para responder a esta pergunta, a consultoria em gestão de causas CAUSE consultou intelectuais e ouviu uma amostra de 1.000 brasileiros de todas as regiões, idades e classes sociais, reproduzindo o perfil dos brasileiros de acordo com os dados do IBGE. Esta foi a primeira vez que o Brasil elegeu uma #PalavraDoAno, uma iniciativa que já é tradição na Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra. E se nestes dois últimos países a #PalavraDoAno de 2016 foi pós-verdade (‘post-truth’), para os brasileiros o termo que melhor define o ano que está se encerrando é INDIGNAÇÃO.

“Acredito que nenhuma palavra resume melhor o estado de ânimo dos brasileiros com relação a este ano que acaba. Pelo perfil das palavras finalistas, sabíamos que a escolha se daria entre palavras fortes, carregadas de crítica – reflexo do período pra lá de desafiador pelo qual estamos passando. Dentre elas, INDIGNAÇÃO despontou na preferência popular em todas as idades e classes sociais, com 41,8% de votos. Se levarmos em conta o significado formal de indignação, que é ira intensa, ódio, raiva experimentada diante de injustiça, afronta, violação de normas, veremos que o povo brasileiro está mandando um recado claro para as nossas lideranças”, diz Leandro Machado, cientista político e coordenador da pesquisa.

INDIGNAÇÃO concorreu com zica (nos dois sentidos), desmoralização, bolhas e desafio em uma votação realizada pela plataforma online OpinionBox. O resultado foi divulgado no final do dia 21 de dezembro, pelo endereço www.fb/CAUSEBrasil.

“É interessante ressaltar que apesar de INDIGNAÇÃO ter sido a escolhida por todas as classes sociais, faixas etárias, gêneros e regiões do País, existe um perfil que está mais indignado: é a mulher mais velha da classes C e D”, destaca Leandro.

A escolha da #PalavradoAno foi feita em duas fases. Na primeira, um grupo formado por influenciadores ligados à comunicação e sociedade, como um jornalista, uma poeta, um advogado especialista em tecnologia, um cientista político, um antropólogo e uma comunicóloga (perfis abaixo) elegeram cinco termos que espelham os nossos tempos. Essa lista foi então submetida ao crivo de uma amostra que reflete a composição da sociedade brasileira. “Ao contrário do dicionário Oxford, nosso foco não é sobre um verbete que, portanto, precisa necessariamente ter um potencial duradouro e, por isso, acaba sendo escolhido apenas por especialistas. Queremos captar o espírito deste ano, mesmo que ele seja efêmero. Para tanto, ouvir todos os extratos da sociedade é fundamental”, detalha Machado.

Para 2017, a CAUSE pretende escolher não só a #PalavraDoAno que está terminando, mas também aquela que expressa as expectativas em relação ao ano seguinte. Essa novidade será uma inovação dentro desta longa tradição ocidental, que teve início na década de 1970, quando a Society of German Language passou a selecionar o vocábulo que melhor resume o espírito da época. Desde então, a ideia se espalhou pelo mundo, com processos de seleção distintos entre si.

O grupo de jurados que participou da escolha da #PalavraDoAno foi composto por :

Ronaldo Lemos, mineiro de Araguari (MG), tem 39 anos e é professor de Direito na Graduação e na Pós-Graduação da UERJ, graduado em Direito pela Universidade de São Paulo, mestre em Direito pela Universidade de Harvard, doutor em Direito pela Universidade de São Paulo. Pesquisador visitante do MIT Media Lab. Membro do Conselho de Comunicação Social criado pelo artigo 224 da Constituição, com sede no Senado Federal. Membro do Conselho de Administração da Fundação Mozilla, que faz o navegador Firefox. Cofundador e diretor do ITS Rio.

Alice Ruiz, Poeta e haikaista, nasceu em Curitiba (PR), em 22 de janeiro de 1946. Começou a escrever contos com 9 anos de idade, e versos aos 16. Aos 26 anos publicou pela primeira vez seus poemas em revistas e jornais culturais. Lançou seu primeiro livro aos 34 anos. Alice publicou, até agora, 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil. Já ganhou vários prêmios, incluindo o Jabuti de Poesia, de 1989, pelo livro Vice Versos e o Jabuti de Poesia, de 2009, pelo livro Dois em Um. Tem poemas traduzidos e publicados em antologias nos Estados Unidos, Bélgica, México, Argentina, Espanha e Irlanda.

Ricardo Arnt nasceu em 1951, em Bagé (RS), e estudou no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e nos Estados Unidos. Formou-se pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro onde obteve o grau de Mestre em Comunicação. Jornalista com experiência em jornal, revista, televisão, direção de vídeos e comunicação corporativa, trabalhou em veículos como Folha de São Paulo, TV Bandeirantes e revista Exame. É autor de vários livros sobre ecologia, Amazônia e história brasileira, como Jânio Quadros, O Prometeu de Vila Maria. Traz na bagagem seis prêmios em jornalismo, entre eles, o Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica, com a reportagem “O negócio do Verde”.

Monica Gregori é formada em comunicação social pela PUC-MG, especialista em Consumer Behavior and Marketing Communications pela Temple University. Foi executiva de grandes empresas no Brasil e no exterior e membro do Conselho de Ética do CONAR. É colaboradora do blog Meio&Mensagem e professora convidada de Gestão de Marcas na Miami Ad School.

Rodolfo Guttilla é jornalista e cientista social, com mestrado em antropologia pela PUC-SP. Especializou-se em marketig pela Northwestern University, Kellog University e Fundação Dom Cabral. Dirigiu por mais de 15 anos áreas de comunicação de grandes empresas. Faz parte do conselho editorial da revista Página 22. Poeta e escritor, suas obras foram publicadas pela Cia das Letras, Lazuli/Editora Nacional, Landy Editora, entre outras.

Leandro Machado é cientista político pela Universidade de Brasília, com especialização em comunicação internacional pela Syracuse University/ABERJE, com quase 20 anos de atuação em comunicação e relações institucionais. É professor convidado de Advocacy na Fundação Getúlio Vargas, FGV-SP e cofundador de ONGs no Brasil e no exterior. Em 2015, foi eleito um dos Jovens Líderes Globais pelo Fórum Econômico Mundial.


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