A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou, na última quarta-feira (25), seu relatório anual sobre o estado da liberdade de expressão no mundo.
As notícias não são nada animadoras.
Para usar o termo cunhado pela RSF, elegemos o COMBATE À ‘MIDIAFOBIA’ como a Causa da Semana.
O que mais chama a atenção nas análises regionais do RSF é que a ameaça à liberdade de imprensa não é apenas uma característica de países com governos autoritários, como Turquia, Egito e Venezuela.
Em 2018, democracias consolidadas como Estados Unidos e Índia caíram de posição no ranking que mede a livre expressão.
Entre os americanos, tem crescido a percepção de que a chegada de Donald Trump à presidência enfraqueceu a liberdade de imprensa.
O mais grave disso é que, como acontece nos Estados Unidos, as ameaças partem de líderes democraticamente eleitos — e não de ditadores.
Apesar do ligeiro avanço de uma colocação no ranking que avalia 180 países, o Brasil ainda não aparece entre os 100 com melhor ambiente para a atuação de jornalistas. Atualmente, ocupamos a 102º posição.
Episódios recentes, como os ataques a profissionais que cobriam a rendição do ex-presidente Lula, são exemplos de ataque à atividade jornalística. Em 2018, segundo dados da RSF, pelo menos 1 jornalista já foi morto no Brasil.
Em um cenário em que as notícias falsas se tornam cada vez mais sofisticadas, a liberdade de expressão passa a por mais uma prova de fogo. Até que ponto o avanço das fake news justificam um maior controle da informação?
Essa é uma discussão que já dá muito o que falar. Embora haja várias nuances para a resposta, uma coisa é certa: o reconhecimento e a valorização dos profissionais de imprensa são pilares essenciais de qualquer democracia. Trata-se de uma conquista histórica que precisa ser reafirmada todos os dias.