ONGs são essenciais na democracia – e por isso merecem respeito

As ONGs colaboram para a produção de conhecimento, promovem debate, propõem soluções e cobram as autoridades. Elas exercem um papel de extrema importância dentro de uma sociedade.

Nesta semana, profissionais do Terceiro Setor reagiram a um recado perigoso dado pelo novo governo.

A declaração do secretário especial de Regulação Fundiária do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, de que “não haverá mais dinheiro para ONGs escusas”, fez o setor ligar o sinal de alerta e reforçar seu papel de importância no sistema democrático.

Por reconhecer a importância do terceiro setor na sociedade civil, escolhemos como  a #CausaDaSemana a #ValorizaçãoDoTerceiroSetor.

Em resposta a declaração do secretário, 43 ONGs enviaram um ofício reivindicando a retificação da Medida Provisória (MP)  publicada pelo governo.

No texto, é atribuído a pasta da Agricultura a função de “monitorar” as atividades das organizações.

Para os ativistas e coordenadores das ONGs, essa medida fere o direito constitucional à liberdade de associação.

Na resposta, eles pedem para que seja preservada a autonomia das associações para o “desenvolvimento de uma sociedade aberta e democrática”.

Já para a especialista em sustentabilidade Amélia Gonzalez, as ONGs devem se voltar para sua tarefa de origem.

É hora de “trazer para a agenda as reivindicações da sociedade civil, combater o pensamento único e a ideia de que elevar o lucro tem mais valor do que as pessoas”, disse.

No mundo, são cerca de 10 milhões de ONGs. Já no Brasil, existem cerca de 820 mil, com um crescimento expressivo após a redemocratização.

Dessas, 86% são associações civis sem fins lucrativos, 12% são religiosas e 2% fundações privadas.

A quantidade de pessoas procurando por profissionais do terceiro setor também cresceu. São mais de 2,9 milhões de profissionais na área.

Muito além de apenas auxílios a iniciativas, as ONGs também possui um papel importante na produção e divulgação de dados, como relatórios sobre o desafio da democratização na mídia e os Direitos da Infância, com o intuito de fortalecer a sociedade civil.

Vale a pena ver a palestra do ativista Dan Pallotta, para quem tudo o que pensamos sobre caridade está errado. Deveríamos investir mais nas associações que procuram criar soluções.


As ONGs colaboram para a produção de conhecimento, promovem debate, propõem soluções e cobram as autoridades. Elas exercem um papel de extrema importância dentro de uma sociedade.

Mas apesar da generosidade do brasileiro, às vezes precisam contar com a colaboração de outros atores para continuarem lutando contra o pensamento único.

Cabe ao governo estar ao lado de quem tem como iniciativa colaborar para um país melhor.


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