Na semana em que Cannes celebra a “Fearless Girl”, igualdade de gênero é destaque

Estátua da “Fearless Girl” no distrito financeiro de Manhattan, em Nova York: um chamado pela igualdade de gênero
Quem visitou o distrito financeiro de Manhattan nos últimos meses provavelmente notou a presença de uma nova moradora ilustre. Instalada às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a estátua de bronze da “Fearless Girl”, a menina destemida que desafia o icônico búfalo de Wall Street na foto acima, é uma obra da artista plástica Kristen Visbal que chama a atenção para a disparidade de salários entre homens e mulheres no mercado financeiro.
Na última segunda-feira (19), o festival Cannes Lions concedeu à agência McCann, responsável pelo trabalho, o Grand Prix em três categorias diferentes. No sábado, 24, a criação foi consagrada com o Titanium, o prêmio máximo do festival.
O reconhecimento colocou a igualdade de gênero no centro da discussão do maior evento de criatividade do mundo – e por isso a escolhemos como a Causa da Semana.
A pauta também foi levantada por causa da atuação de Arianna Huffington, fundadora do Huffington Post, na crise da Uber, de cujo conselho de administração ela é membro. Ariana foi peça fundamental nas negociações que culminaram na renúncia do fundador da Uber, Travis Kalanick, na última quarta (21) – e há rumores de que seu poder ficou evidente depois que outro conselheiro deixou o cargo após dirigir-se a ela com uma piada sexista.
Aqui no Brasil, uma declaração polêmica da jovem atriz Maísa Silva deu o que falar nas redes sociais. Em texto publicado no Facebook na terça-feira (20), ela comentou o constrangimento após uma brincadeira sobre relacionamento feita por Silvio Santos num de seus programas. “Até quando mulher vai precisar aceitar tudo?”, questionou.
O debate sobre igualdade de gênero tem ganhado destaque há pelo menos dois anos. E não é para menos. No meio empresarial, mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de chefia nas empresas – apesar do papel que executivas como Ariana Huffington já representam em diversas empresas.
Para as marcas, dar tratamento equânime a homens e mulheres é uma questão crucial num momento em que se discute o papel das novas gerações no ambiente de trabalho. Entre jovens profissionais, como Maísa, será cada vez maior a sensação de que equidade é prerrogativa – e não motivo de celebração. Como vimos esta semana, ainda falta muito para atingirmos esse ideal.