Esta imagem simboliza o maior problema do Brasil. Dois estudos liberados esta semana explicam o porquê

Divisa entre a favela Paraisópolis e o Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo: imagem virou um dos símbolos da desigualdade social no país (Imagem: Getty Images)
Nesta semana, a divulgação de novos estudos trouxe à tona um problema antigo no Brasil. Por isso, nossa Causa da Semana é o COMBATE À DESIGUALDADE.
Na quarta-feira (14), um relatório liderado pelo economista francês Thomas Piketty, autor de “O Capital no Século XXI”, apontou que, no Brasil, os 10% mais ricos concentram 55% da riqueza, o que nos coloca no topo do ranking de concentração de renda.
De acordo com o relatório, os níveis de desigualdade têm aumentado mais em países como Rússia, China e Índia. Mas isso está longe de ser uma boa notícia pra gente: apenas no Oriente Médio há mais riqueza concentrada no topo da pirâmide.
Nessa sexta-feira (15), o IBGE divulgou outro dado alarmante. Segundo a pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais, brasileiros com origem no topo da pirâmide social têm quase 14 vezes mais chances de continuar nesse estrato do que pessoas nascidas na base.
O estudo também mostrou que tarefas domésticas impedem um terço das mulheres jovens de trabalhar ou estudar – e que 13 milhões de brasileiros ainda vivem em condição de pobreza extrema.
Diante das estatísticas negativas, quais seriam as alternativas para diminuir o abismo social brasileiro?
O relatório liderado por Piketty defende a adoção de regimes tributários progressivos, que aumentem a carga de impostos sobre os mais ricos e suas heranças.
Na terça-feira (12), a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional e professora da Universidade Johns Hopkins, publicou artigo em que apresenta argumentos favoráveis e contrários à adoção da renda básica universal e da tributação progressiva.
Monica trata a questão como uma discussão a ser feita com urgência. Citando a obra “Tributação e Desigualdade”, ela diz que nosso sistema tributário não só não contribui para reduzir a concentração da renda dos indivíduos, como potencializa a concentração da riqueza.