Democracia partida
Nesta semana, a suspensão de alguns parlamentares que votaram a favor da Reforma Previdência, contrariando a orientação de seus partidos, levantou uma série de debates sobre a liberdade de opinar e as possibilidades de renovação política em meio a um sistema partidário ainda muito tradicional.
Diante das discussões sobre o direto à pluralidade de opiniões e a possibilidade de transformação da realpolitik brasileira, elegemos a LIBERDADE DE EXPRESSÃO como a #CausaDaSemana.
A política tradicional está em cheque. Em meio à crise de representatividade e escândalos de corrupção, o embate que se dá hoje acontece entre os movimentos de renovação e defensores do modus operandi já conhecido. A pergunta que fica é: até onde a renovação política no Brasil é possível?
Atualmente, os partidos têm sua legitimidade questionada, embora sejam de extrema importância para a democracia. Neste cenário, começaram a ganhar força diversos movimentos civis que reivindicam processos partidários mais transparentes e exigem maior rotatividade dos postos de direção e maneiras mais eficientes para prestação de contas de campanhas.
Medidas punitivas, como as adotadas pelas legendas nesta semana, não contribuem para o debate democrático e para o funcionamento do sistema partidário em seu estado pleno de representação.
Sem dúvida, os partidos fazem parte dos pilares que compõem a democracia e têm um espaço importante em transformar as demandas da sociedade em realidade. No entanto, é preciso que eles revejam algumas de suas condutas a fim de não parecem autoritários e perderem ainda mais sua legitimidade.
Isso também significa qualificar mecanismos para garantir que os anseios da população sejam compreendidos. Só assim, teremos uma democracia sólida – e a renovação política brasileira precisa passar por aí.