Como pensar num país rico se 60% de nossas crianças e jovens estão em situação de pobreza?

Bem-estar das crianças em risco: 60% dessa população vive em situação de pobreza no Brasil (Crédito: iStock)
Um relatório divulgado esta semana confirmou algo que apontamos recentemente neste espaço: não estamos garantindo o básico para para futuras gerações.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 60% das crianças e adolescentes estão em situação de pobreza no Brasil.
Para falar sobre esse tema tão urgente, elegemos BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS como a Causa da Semana.
Ao todo, são 32 milhões de jovens em situação de pobreza de acordo com o relatório “Pobreza na infância e na adolescência”, apresentado na terça-feira (14).
Além dos fatores monetários, a pesquisa leva em consideração o acesso, por meninas e meninos de até 17 anos, a seis direitos básicos: 1) educação, 2) informação (acesso à internet e também à TV), 3) água, 4) saneamento básico, 5) moradia e 6) proteção contra o trabalho infantil.
Considerando essas dimensões, a maior privação enfrentada pelas crianças é a de saneamento básico. Cerca de 13 milhões de crianças e jovens não têm acesso a condições dignas no país. Em seguida, está educação, cujo déficit afeta 8,8 milhões de crianças e jovens.
Os dados sobre a pobreza multidimensional mostram que, no campo das políticas públicas, precisaremos ir além da distribuição de renda. Os reflexos desse quadro são notícias que remetem ao atraso e ao subdesenvolvimento, como a constatação de que a taxa de mortalidade infantil voltou a crescer recentemente.
Se não quisermos continuar regredindo em algo tão básico como bem-estar das crianças, precisaremos de um esforço coletivo para atacar os problemas mais urgentes. Nosso futuro está em jogo.