Aqui está o motivo pelo qual o 20 de novembro é um dia a se guardar
CRÉDITO: Zanone Fraissat / Folhapress
A última terça, 20, marcou mais um Dia da Consciência Negra no Brasil. Essa não é necessariamente uma data de comemoração, mas um dia de ampliars o conhecimento sobre a luta por direitos raciais.
Como parte desse movimento de conscientização, a #CausaDaSemana é pelo #FimDaViolênciaContraNegros.
Os dados são preocupantes.
O Atlas da Violência de 2018, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Públic,a mostrou que a taxa de homicídio de negros (pretos e pardos) no Brasil foi de 40,2 a cada 100 mil habitantes. A de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16 a cada 100 mil habitantes.
Nos últimos dez anos, a taxa de homicídio de negros cresceu 23,1%, enquanto a de não negros caiu 6,8%.
Um relatório da Unesco divulgado no fim do ano passado mostra que negros entre 15 e 29 anos têm mais chances de serem assassinados: mais precisamente, 2,7 vezes mais do que brancos da mesma faixa etária.
A situação é pior quando pensamos nas mulheres negras. O Brasil mata 71% mais mulheres negras do que brancas.
Os dados sobre a violência contra a população negra fazem parte do conjunto de desigualdades vividas pelos afrodescendentes no país. Aqui, eles vivem, estudam e ganham menos do que os brancos.
Para enfrentar esse quadro, a conscientização é o primeiro passo, mas precisamos seguir um longo caminho para engajar toda a sociedade. Ao governo, cabe criar mecanismos que impeçam o crescimento dos números que expõem a desigualdade.
A população negra é 55,4% do país. O Brasil nunca avançará se continuar deixando-a para trás.